sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Religião = música

A relação do ser humano com as artes em toda sua existência é algo que, por mais que se tente explicar, foge de uma explicação racional, pois cada indivíduo tem uma relação única com elas: uns as apreciam, mas só as assistem; outros gostam de umas, porém não se interessam por todas as artes; há aqueles que respiram artes 24 horas por dia e sempre buscam inspiração/motivação nelas (eu!); e existem pessoas que simplesmente não veem funcionalidade alguma nelas (sério, não consigo conceber isso em minha mente, mas temos que respeitar as diferenças se queremos ser respeitados, não é mesmo?).

Eu amo cinema, teatro, fotografia, pintura, aprecio dança - apesar de ser uma negação para tal -, mas o que sempre me marcou e, com certeza, vai me acompanhar todos os dias de minha vida é a música. Tirando aqueles momentos de 'meditação', onde precisamos mesmo ficar em silêncio para fazer aquela autoanálise e colocar as ideias em ordem, ou até buscar respostas, não existem outras situações onde não veja um lugar para a música estar. Gosto de ouvir música pra acordar, pra escovar os dentes, pra fazer minhas necessidades fisiológicas - não preciso entrar em detalhes! -, pra tomar banho, comer, estudar, trabalhar, dirigir, conversar, namorar, fazer exercício... tá, vocês entenderam aonde quero chegar.

Falei tudo isso, pois essa semana, após anos tentando descobrir o nome de uma canção que amava ouvir quando criança e nunca conseguia descobrir de quem era, tive um momento de inspiração divina (pra mim foi, pois por que não senti isso antes?) no qual me veio a possibilidade da tal canção ser de uma banda chamada The The - para quem não conhece, teve dois grandes sucessos no Brasil: This Is The Day e Uncertain Smile, e fiquei procurando outras canções dessa banda pra ver se encontrava a dita cuja. Cheguei a ouvir discos inteiros e nada. Porém, quando já estava ficando desiludido novamente (pois é, depois de tanto tempo com essa neura e achar que estava tão perto, fiquei realmente chateado), olhei para o cantinho direito na página do Youtube, afinal ele é uma mãe essas horas, e estava a sugestão de um vídeo da banda The Church, a qual só me recordava da música Under The Milk Way, e pensei 'poxa a voz do rapaz do The Church parece com a voz do moço do The The e, por consequência, daquela música!

Parece brincadeira, mas quando vi entre as opções uma tal de Metropolis, pensei que só poderia ser ela, pois tinha a leve impressão que ele falava essa palavra no refrão e meu coração disparou quando cliquei no link e fiquei aguardando aqueles segundos pra começar a rolar o vídeo. Sim, pessoal, era a tão sonhada música que me fazia viajar pelo tempo tão facilmente e me sentir aquele menino sem preocupações que só queria brincar ao som de alguma rádio da época!

Sinceramente, não curto muito esse lance de endeusar demais os artistas, nem 'pregar' que música tem que ser vista como algo necessário pra todos, mas pra mim é sim uma parada religiosa, pois é nela que encontro forças pra continuar lutando pelos meus sonhos, pra amar cada dia mais a vida e as pessoas e é através dela que sinto Deus falando comigo quando preciso de uma luz ou mesmo de um conforto. Repito: respeito quem não a enxerga dessa maneira, que acha que é apenas 'um som'. Mas que eu nunca seja proibido de ouvi-la, pois sem oxigênio e música (bom, comida também, pois comer é bom demais!)... eu prefiro morrer...