quarta-feira, 20 de março de 2013

Você também?

Uma soma de falta de tempo e preguiça me deixaram um tempo afastado daqui, mas juro que não vou abandoná-lo tão cedo!

Já aconteceu com vocês também de ter aquela banda ou artista que, no fundo, você sabe que gosta, que tem canções marcantes em sua vida, mas por algum motivo desconhecido, talvez puro preconceito ou birra, você não quer admitir que curte?

Bom, vou me confessar perante todos: sempre tive isso com o U2. Um banda que tem diversas músicas que me remetem a momentos, pessoas ou lugares que passaram pela minha trajetória, porém quando me perguntavam "você gosta de U2?", eu respondia sem pestanejar "não..."

Agora por que isso? Não sei. A única lembrança real que tenho foi quando a MTV transmitiu o show que a banda fez em 1998 no Brasil da famigerada turnê Popmart e eu achei o show um saco. Só que analisando a carreira do quarteto, detecta-se fácil que esse foi o álbum mais fraco de todos, apesar de ter algumas boas faixas, como Last Night On Earth - uma de minhas favoritas da banda, aliás.

Indo para a parte que tive de aceitar que U2 é sim uma banda fantástica e deve ser muito respeitada é que os músicos isoladamente não são virtuoses, digamos assim, porém com o pouco sabem, tocam como ninguém. A cozinha aparentemente faz o feijão com arroz, mas que deixam o prato na medida pra mistura (no caso, guitarra e voz) variar a cada disco de forma que o cardápio parece nunca enjoar!

Bono Vox é um sujeito boa praça, muitos não gostam dele por sempre se mostrar um cara bonzinho, mas eu nem me importo com isso quando vou avaliar o som. E eu acho que ele é um grande intérprete, tem uma extensão vocal ótima e sabe usá-la, alternando muito tons graves e agudos.

Mas eu pago pau mesmo é para o guitarrista The Edge. Ele é o que chamo de 'alquimista da música', pois ele é daqueles que se preocupa mesmo em explorar o maior número de possibilidades de timbres que seu instrumento pode ter. E não precisa nem ouvir muitos discos pra perceber isso. Em um álbum você nota que ele usa um timbre específico para cada faixa, sempre com bom gosto e pertinente ao que a música transmite aos ouvintes.

Ah! Uma coisa que me marcou muito foi quando eu estava fazendo cursinho e ocorreu um festival de música realizado pelos estudantes e professores, naquele ano aconteceu na Via Funchal. Pois bem, eu nunca tinha ido pra lá e na época não era ainda adepto ao mundo da internet, logo eu não pesquisei no google maps como chegar no lugar. Sei que me perdi, mas por vontade do destino, encontrei uma pessoa que também ia pra lá e, apesar de ambos estarem desnorteados, conseguimos depois de um certo custo encontrar o tal local e foi muito gostoso quando adentrei finalmente a Via Funchal e a primeira música que ouço tocar por uma banda foi Pride (In The Name Of Love). O refrão é tão grandioso que é impossível não querer levantar as mãos pro alto e cantar com aquele sentimento de liberdade!

Nossa, me empolguei muito, então vou parar por aqui e postar logo um som que gosto demais e fui descobrir anos depois que era uma cover. A original é da Patti Smith e a versão do U2 faz parte da trilha sonora do filme Três Formas de Amar, de 1994 - nunca assisti.