sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Patriotismo equivocado.

Além de música, cinema e teatro, uma de minhas grandes paixões é o futebol.
Desde meus sete, oito anos eu acompanho esse esporte e acho o maior barato esse envolvimento que os torcedores têm com seus respectivos times, suas rivalidades, fatos históricos e tudo mais.

Nada mais conveniente do que abordar esse tema em plena época de Copa do Mundo. Ainda mais ocorrendo no Brasil. Mas, nesse momento, nem queria falar especificamente de futebol e, sim, de uma questão que surge por conta do torneio: o famigerado patriotismo.


Por mais que em uma discussão racional, com argumentos razoáveis, ninguém vai aceitar isso numa boa, porém deixo a pergunta: por que diabos uma pessoa deve torcer para a seleção de seu país simplesmente por ela ser composta por jogadores de sua nacionalidade?


Veja, cada um com suas vontades, livre arbítrio, certo? O problema é que muita gente acha um absurdo, outros chegam a ficar indignados, se você diz 'pô, curto futebol, mas eu torço por outra seleção'. Isso soa como se eu fosse menos brasileiro. O que tem a ver uma coisa com a outra, meu Deus?


Pelo que entendo dessa palavra 'patriotismo', é um sentimento que você exerce diariamente nas atitudes que se tem perante a vida. Se preocupar com a sociedade em que está, fazendo ações que ajudem aos outros. Praticar o bem na vida pessoal, no trabalho, no transporte público. Buscar informações sobre política, economia, direito... se manifestar por um sistema de saúde decente, uma estrutura de ensino que seja capaz de abrir a mente dos alunos e fazê-los crescer como seres humanos. Enfim, coisas que realmente possam mudar sua nação.


Mas, não tem jeito, de quatro em quatro anos, as pessoas resolvem assumir seu lado "brasileiro" e é hora de usar roupas verdes e amarelas, pintar as ruas, comprar fogos de artifício, levantar suas bandeiras e praticar tudo que se "espera" de um "verdadeiro" brasileiro - tô abusando das aspas hoje.


Trata-se apenas de um esporte, certo? É apenas um entretenimento, certo? Não vai mudar a vida de ninguém efetivamente, certo? Então, por que as pessoas têm esse "compromisso" de torcer pela seleção canarinho? Não tem lógica!


Claro, tem o lado contrário, das pessoas que torcem contra a seleção por acharem que não tem identificação com os jogadores, ou porque estão revoltadas com o governo do Brasil. Bom, isso é outra palhaçada, porque a seleção ganhando ou perdendo, não vai afetar em NADA a situação deplorável que o país se encontra.


Contudo, quero fechar dizendo que cada um precisa cuidar mais da sua vida e dos seus verdadeiros compromissos - agora sem aspas - e deixar cada um torcer por quem quiser, ou simplesmente não torcer pra ninguém, pois isso só é da conta de cada indivíduo. Morô?


Fiquem aí com um som futeboleiro de uma banda com três integrantes são-paulinos (é Tricolor! ô ô ô!). Sim, eu sou são-paulino desde pequeno e isso vai permanecer até o dia que for dessa pra uma melhor. Valeu, macacada!


terça-feira, 10 de junho de 2014

Eu acredito. Eu sinto. Eu vivo.

Creio que todo mundo se depare com certos dilemas durante a vida que nunca têm fim. Eu tenho vários, aliás. Mas um que me incomoda tanto é essa preocupação louca que as pessoas têm com datas comemorativas. Dia dos Namorados, Natal, Páscoa, Dia das Mães, dos Pais, do Índio, da Vovozinha, da Tia-avó.... enfim, provavelmente cada um dos 365 dias do ano devem ter alguma designação do tipo.

O que me deixa mais chateado é que eu sou uma pessoa que procura ser o mais positivo em tudo que faço. E percebo que quando falo 'todos os dias são especiais e devem ser comemorados por estarmos com saúde e com amor', o ouvinte concorda, afinal ninguém discorda dessas coisas, mas quantos realmente acreditam e vivem isso? E por mais que eu fale, vejo que dificilmente as pessoas absorvem esse discurso. Coisa que eu vivencio todos os dias e sempre converso sobre comigo mesmo. Pela manhã, durante o expediente, ao final do dia, ou sempre que tenho um tempinho pra trocar uma ideia com meu Eu.

E isso nitidamente reflete nas reclamações do dia-a-dia - principalmente no "segunda a sexta", onde as pessoas, em sua maioria, estão em empregos que não apreciam, convivem com outras que não têm a menor afinidade, vão aos mesmos lugares entediantes e, com sinais claros, não compreendem porque suas vidas são tão chatas e deprimentes. Ao passo que, será que em um dia inteiro, ela não consegue ver nada agradável, interessante, prazeroso, intrigante, desafiador...?

Sabem por que eu realmente sinto que todos os dias da minha vida são especiais? Porque em todos eles eu procuro fazer coisas únicas que servem pra me animar e que ficam de lembranças eternas em minha mente.
Exemplos: nunca repito o mesmo caminho para o trabalho do dia anterior. Poxa, se tenho várias opções de caminho, não fica mais divertido se eu variá-las? Cada caminho tem sua peculiaridade, calçadas distintas, gente diferente, paisagens únicas, sons inigualáveis, acontecimentos dos mais diversos possíveis... olha quantas coisas podem ocorrer num simples caminho da sua casa até o ponto de ônibus?

De vez em quando, eu passo em frente a uma casa em meu bairro que tem um cachorrinho. Não sei o porquê, mas ele tem um olhar que nunca vi em nenhum outro animal. Acho ele triste, porém de uma sensibilidade contagiante. As vezes tô com pressa, mas eu não resisto e interajo com ele: dou um sorriso pra ele, falo 'oi, cachorrinho. como você tá?', cutuco a orelha dele quando ele tá de costas... enfim, aproveito aqueles segundos que a vida me deu pra curtir momentos que ninguém pode viver por mim e que me agregam boas energias, que me fazem entrar no ônibus com outro ar.

E o que dizer dos mais diferentes tipos de gente que usufruem de transporte público? Cada gesto, cada tom de voz, cada vestimenta... não é um barato prestar atenção nisso? Tem pequenos diálogos, alguns dirigidos a mim, outros não, que me mostram lados do ser humano que eu não poderia enxergar apenas comigo ou no meu ciclo social habitual. Fora o som do ônibus circulando, o barulho do metrô chegando, as luzes sinalizando... não sei se eu sou uma pessoa muito lúdica, mas me divirto demais com essas paradas.

Ah... e como fico contente de estar com uma pessoa que amo, de ouvir uma música que me leva pra 'outro lugar', assistindo a séries com tramas inusitadas, lendo notícias de outras vidas, acontecimentos diários, livros com estórias mirabolantes, ou as vezes simplesmente malucas. Aí vem um sujeito e diz 'vai fazer o que no dia dos namorados?', 'onde estará no feriado de Corpus Christi?', 'já pensou no que vai comprar pro dia dos pais?'. Na boa, eu tô pensando no hoje, no agora! É isso que importa. É clichê, mas quem garante que estarei aqui amanhã? Que poderei ter essa lucidez pra degustar cada sensação, cada sentimento em cada segundo? Caramba, dane-se essas datas idiotas. Todo dia é especial e todo dia tem que ser desejado! Não só a sexta a noite, onde as pessoas estressadas usam a tal da happy hour como válvula de escape da semana toda que ela nem sentiu passar, afinal só tá pensando no futuro - dias que não existem.

Nossa, tava precisando botar isso pra fora. Me sinto sozinho nesse mundo bombardeado de preocupações desnecessárias, e que deixa de lado o que realmente importa: amar o seu existir a todo instante. Não tem presente melhor. Pode comprar aquele par de sapatos lindo, reservar aquele jantar 'especial' no restaurante X... bla bla bla! Eu quero ganhar amor, sorriso, papos gostosos, ouvir o som da brisa, sentir o cheiro da grama... isso sim são presentes!
Deixo uma música que me emociona demais e que acredito em cada palavra que o 'Maravilha' canta.