terça-feira, 29 de outubro de 2013

A face do som

Um assunto que me deixa muito curioso pra voltar no tempo - nem precisa ser tanto tempo assim - é a relação que as pessoas tinham com a música sem sua respectiva imagem. "Comé que é?", pergunta um jovem ao fundo.

Estou me referindo ao fato de que antes da era do videoclipe, da MTV, e muuuito antes da internet com o tal youtube, todo mundo, principalmente quem não residia na Europa ou EUA, curtia música sem saber como eram os rostos de seus artistas favoritos, como eles se vestiam, se eram simpáticos etc etc e etc!

Gosto muito de bater papo sobre música - não me diga, cara! - mas nada como conversar com pessoas mais velhas que viveram esse período e podem passar a sensação que eles tinham quando ouvia um som na rádio e ficavam imaginando como seriam aqueles músicos... seriam eles gente como a gente?

Pior quando a pessoa ia lá, comprava um bolachão de seu artista/banda querido e quando fuçava o encarte do LP, não tinha uma fotografia se quer dos cidadãos. E quando tinha, como saber quem era o vocalista, quem era o baterista... (e se o sujeito fosse fã de Lynyrd Skynyrd então? Aí que ficava difícil mesmo acertar quem era quem).

Lembro que quando eu era criança, eu não me incomodava com isso, sei lá, acho que simplesmente não parava pra pensar que música era tocada/gravada por seres humanos, então pra mim tanto fazia se o cantor era loiro, se o guitarrista era cabeludo, ou se o baixista era antipático. Claro que já tinha televisão e alguns artistas, principalmente os brasileiros, davam as caras nos programas, mas nada comparado aos dias de hoje em que você pode ver um vídeo a qualquer momento de quaisquer bandas do mundo todo!

Cheguei a essa postagem, pois esses dias tava vendo um programa sobre videoclipes no qual apareciam os caras do Duran Duran e eles assumem que a MTV ajudou bastante a banda a ser o fenômeno que foi nos anos 80, tanto por fazer videos diferentes e ousados pra época - recomendo Girls On Film que foi censurado em alguns países, inclusive) e Planet Earth (o primeiro da banda). Porém, deixo vocês com o video da música que eu mais curtia com meus quatro, cinco anos e que não me importava se os rapazes da banda eram fotogênicos, e sim a sensação de bem estar - e hoje de nostalgia - que ela me causa!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Que coisa não?!

Aproveitando o embalo do mês das crianças, queria tocar num assunto que me incomoda... não sei se bastante, mas volta e meia me pego pensando nisso: a mania das pessoas de quererem colocar significado em tudo e, o pior, fechar a intenção em apenas um ponto-de-vista.

Pra não me estender muito, vou focar em... Música, é claro! Mas deixando a entender que isso serve pras várias esferas que, por ventura, você possa divagar.
Quando alguém escreve uma música, obviamente que ela tem um significado pro autor, seja por alguma inspíração que teve por observar um fato, seja por um sonho que teve na noite passada, por alguma experiência em um relacionamento, ou mesmo uma experiência divina... enfim, brota uma luz e o sujeito compõe. Beleza, até aí nada de anormal, nada que nunca tenhamos ouvido. Agora, por que quando a música tá lá pronta, as pessoas ouvem e ao invés de elas tirarem suas próprias conclusões, elas têm essa insana mania de querer saber o significado do compositor?

Oras, se cada um tem uma vida única, experiências únicas, referências únicas, pontos-de-vista distintos e blá blá blá, não faz mais sentido ela enxergar um novo significado pra música, mesmo ela não tendo escrito a dita cuja? Não é muito mais legal pensar que uma música - lembrando que isso vale pra qualquer coisa: filme, peça de teatro, quadro, livro, série de TV, desenho... - possa ter diversos significados e você pega um que te abre os olhos de alguma forma, que te mostra um novo caminho, ou que simplesmente te cause uma sensação ímpar?

Poderia eu citar tantas e tantas músicas que eu entendo de um jeito, um amigo entende de outro e uma terceira pessoa entende de outro jeito, porém vou comentar rapidamente duma canção que traz uma energia ótima e que acaba caindo como uma luva pra esse tema: Good Stuff do Bife-com-chuchu... digo, B-52´s!
Acho um barato o fato da música falar e falar da tal 'coisa boa' mas em nenhum momento eles explicam o que é ela, só mostram  a sensação que ela dá a eles e quão gostosa ela é. Vai dizer que isso não é muito mais divertido, pois cada um relaciona essa coisa com o que for mais interessante a perguntar pros compositores o que é essa coisa tão boa que eles tanto falam?

Com esse alto astral, me despeço e deixo o vídeoclipe delicioso desse som que agitou bastante o ano de 1992 (pra mim, agita até hoje!) e... falou!