sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Cuidado!

Há uma coisa que me deixa chateado em relação ao comportamento dos amantes da música nos últimos tempos: a falta de envolvimento com um disco. Ou até mesmo, o desconhecimento dos discos de seus artistas/bandas favoritos.

Tem já uns anos que me dei conta o quanto eu me identifico com discos específicos e percebi que, em muitos casos, o álbum tem vida própria, as vezes chega até a ser 'maior' que os artistas. E eu me lembro muito bem do primeiro disco que eu olhei pra capa e pensei 'nossa! eu quero muito isso pra mim!'.
Foi o Dangerous do Michael Jackson.

Pode não ser o melhor disco dessa lenda da música pop, mas que capa é aquela?! Eu fiquei hipnotizado e sempre que a vejo, ficos pelo menos uns 30, 40 segundos degustando-a com meus olhos. Ela é enigmática, cheia de imagens distintas e simbólicas, cores e sombras deliciosas e, o principal, tem o olhar penetrante do Michael te encarando diretamente, sem te dar chance pra fugir dele.

Agora, falando som, as canções têm o nível supremo do mestre: melodias envolventes, arranjos absurdamente bem feitos, arranjos de vozes divinos, letras inteligentes e emocionantes, e a interpretação de gala do mito. Da onde ele tirava inspiração pra cantar daquele jeito? É uma parada que não se ensina, simplesmente deixa-se aflorar lá de dentro, sem pudor, sem medo. É natural, é a música em sua essência. Coisa que esses programas como The Voice e afins insistem em querer domar, em podar até a coisa ficar de plástico, sem vida.

Dangerous realmente é um disco perigoso: depois que ouve uma vez, você vicia e fica enfeitiçado eternamente por essa obra estupenda. Não dá para ouvir apenas um ou duas faixas, e isso que me deixa incomodado. É um desperdício as pessoas ficarem só nas canções mais famosas, pois o disco é todo coerente e merece ser escutado como uma sinfonia, do começo ao fim, e sentindo todas as suas nuanças.

Lógico que eu amo outros tantos, porém o primeiro nós nunca esquecemos. Como não tenho uma faixa favorita e nem videoclipe favorito - Remember The Time é um verdadeiro curta-metragem e merece ser citado - vou deixar um dos videos mais sexys já filmados, pois tem nada mais, nada menos, que a gos... bela modelo Naomi Campbell. É dar o play e sentir o groove!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Nem todo mundo envelhece com o tempo.

Hoje, enquanto estava no ônibus a caminho do trabalho, pensei em períodos da minha vida e tive uma reflexão bem nítida em relação a minha infância e ao menino que eu era naquele tempo. A sensação que tive é que esse menino não morreu e ainda está em mim.

Isso quer dizer que não amadureci e que não passo de um moleque velho? Veja, não que eu me sinta o cara mais experiente do mundo, nada disso, mas o que tenho de certo é que há duas personas me habitando: o menino Leonardo e o homem Leonardo.

Caso de esquizofrenia? Espero que não. Até porque enxergo isso de maneira muito positiva. Acho que justamente por eu estar encontrando um equilíbrio entre eles dois é que me sinto mais próximo do meu verdadeiro Eu. Por que matar aquele menino que vivia um mundo tão mágico, tão leve e tão lúdico só porque cresci, tenho barba e contas pra pagar?

É tão gostoso ser criança. Mesmo. Recomendo a todos sempre deixarem seu lado criança se manifestar de vez em quando, pois é ele que mantém aquela chama de esperança que nos motiva a crer que a vida vale a pena. Que tudo que sonhamos pode sim acontecer, basta acreditar do mesmo jeito que acreditávamos em tantas coisas que os adultos adoravam dizer 'ah essas crianças vivem no mundo da Lua'. Agora que sou adulto, posso contar a real pro menino Leonardo 'aqueles adultos lá é que estavam vivendo no mundo da Lua ou em qualquer outro lugar, menos aqui!'.

Acreditar que ter dinheiro no bolso e uma casa com TV é sinônimo de realização pessoal? Nossa, nunca encarei dessa forma e o homem Leonardo enquanto estiver acompanhado do moleque, nunca vai pensar assim. Palavra de Chapolin Colorado - pra lembrar um ídolo meu, Roberto Bolaños, que também nunca deixou a criança dentro dele morrer.

Escrevi e continuo com um sorriso no rosto por estar realmente contente em saber que tenho ainda muito que brincar, fantasiar e fazer molecagem, mesmo me tornando pai, tio, avô etc. E que isso não atrapalhe o adulto que há dentro de mim em levar o que tem que ser levado a sério. Tudo tem sua hora. E maturidade é saber a hora certa pra deixar cada persona agir.

Me despeço de vocês, deixando um som que eu adorava quando era criança e - considerando que ela ainda não morreu - continuo adorando. De um sujeito que, com certeza, não deixou aquele garoto tímido de Brixton, no sul de Londres, morrer. Falo de David Robert Jones.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A face do som

Um assunto que me deixa muito curioso pra voltar no tempo - nem precisa ser tanto tempo assim - é a relação que as pessoas tinham com a música sem sua respectiva imagem. "Comé que é?", pergunta um jovem ao fundo.

Estou me referindo ao fato de que antes da era do videoclipe, da MTV, e muuuito antes da internet com o tal youtube, todo mundo, principalmente quem não residia na Europa ou EUA, curtia música sem saber como eram os rostos de seus artistas favoritos, como eles se vestiam, se eram simpáticos etc etc e etc!

Gosto muito de bater papo sobre música - não me diga, cara! - mas nada como conversar com pessoas mais velhas que viveram esse período e podem passar a sensação que eles tinham quando ouvia um som na rádio e ficavam imaginando como seriam aqueles músicos... seriam eles gente como a gente?

Pior quando a pessoa ia lá, comprava um bolachão de seu artista/banda querido e quando fuçava o encarte do LP, não tinha uma fotografia se quer dos cidadãos. E quando tinha, como saber quem era o vocalista, quem era o baterista... (e se o sujeito fosse fã de Lynyrd Skynyrd então? Aí que ficava difícil mesmo acertar quem era quem).

Lembro que quando eu era criança, eu não me incomodava com isso, sei lá, acho que simplesmente não parava pra pensar que música era tocada/gravada por seres humanos, então pra mim tanto fazia se o cantor era loiro, se o guitarrista era cabeludo, ou se o baixista era antipático. Claro que já tinha televisão e alguns artistas, principalmente os brasileiros, davam as caras nos programas, mas nada comparado aos dias de hoje em que você pode ver um vídeo a qualquer momento de quaisquer bandas do mundo todo!

Cheguei a essa postagem, pois esses dias tava vendo um programa sobre videoclipes no qual apareciam os caras do Duran Duran e eles assumem que a MTV ajudou bastante a banda a ser o fenômeno que foi nos anos 80, tanto por fazer videos diferentes e ousados pra época - recomendo Girls On Film que foi censurado em alguns países, inclusive) e Planet Earth (o primeiro da banda). Porém, deixo vocês com o video da música que eu mais curtia com meus quatro, cinco anos e que não me importava se os rapazes da banda eram fotogênicos, e sim a sensação de bem estar - e hoje de nostalgia - que ela me causa!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Que coisa não?!

Aproveitando o embalo do mês das crianças, queria tocar num assunto que me incomoda... não sei se bastante, mas volta e meia me pego pensando nisso: a mania das pessoas de quererem colocar significado em tudo e, o pior, fechar a intenção em apenas um ponto-de-vista.

Pra não me estender muito, vou focar em... Música, é claro! Mas deixando a entender que isso serve pras várias esferas que, por ventura, você possa divagar.
Quando alguém escreve uma música, obviamente que ela tem um significado pro autor, seja por alguma inspíração que teve por observar um fato, seja por um sonho que teve na noite passada, por alguma experiência em um relacionamento, ou mesmo uma experiência divina... enfim, brota uma luz e o sujeito compõe. Beleza, até aí nada de anormal, nada que nunca tenhamos ouvido. Agora, por que quando a música tá lá pronta, as pessoas ouvem e ao invés de elas tirarem suas próprias conclusões, elas têm essa insana mania de querer saber o significado do compositor?

Oras, se cada um tem uma vida única, experiências únicas, referências únicas, pontos-de-vista distintos e blá blá blá, não faz mais sentido ela enxergar um novo significado pra música, mesmo ela não tendo escrito a dita cuja? Não é muito mais legal pensar que uma música - lembrando que isso vale pra qualquer coisa: filme, peça de teatro, quadro, livro, série de TV, desenho... - possa ter diversos significados e você pega um que te abre os olhos de alguma forma, que te mostra um novo caminho, ou que simplesmente te cause uma sensação ímpar?

Poderia eu citar tantas e tantas músicas que eu entendo de um jeito, um amigo entende de outro e uma terceira pessoa entende de outro jeito, porém vou comentar rapidamente duma canção que traz uma energia ótima e que acaba caindo como uma luva pra esse tema: Good Stuff do Bife-com-chuchu... digo, B-52´s!
Acho um barato o fato da música falar e falar da tal 'coisa boa' mas em nenhum momento eles explicam o que é ela, só mostram  a sensação que ela dá a eles e quão gostosa ela é. Vai dizer que isso não é muito mais divertido, pois cada um relaciona essa coisa com o que for mais interessante a perguntar pros compositores o que é essa coisa tão boa que eles tanto falam?

Com esse alto astral, me despeço e deixo o vídeoclipe delicioso desse som que agitou bastante o ano de 1992 (pra mim, agita até hoje!) e... falou!



sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Por que chorar?

Nada como tomar um sol tímido depois de uma noite fria e de um sono pesado, porém revitalizador.
Ficamos mais leves, respiramos mais conscientes e temos os sentidos mais aguçados. E por que, sentindo tantas coisas boas, ainda temos vontade de chorar?

Nós nascemos em um mundo que nos proíbe chorar. Que diz ser feio chorar, que é sinal de fraqueza, que borra a maquiagem... blá blá blá! Se a primeira coisa que uma criança sadia faz quando tem o primeiro contato com nossa atmosfera é chorar, não faz o menor sentido o choro ser visto como algo ruim conforme o passar dos anos.

Eu choro porque me emociono com as pessoas e seus gestos únicos, com os animais que transmitem bons sentimentos, com paisagens que me tranquilizam, com barulhos da natureza que me guiam, com músicas que me tocam lá no fundo, com pinturas que me levam pra outro universo, com filmes que me fazem refletir sobre o que já vivi e que poderei viver, com cores, com formas, com cheiros, com sabores... eu choro porque estou vivo!

E posso dizer por experiência própria que chorar é algo a ser exercitado. No começo, é difícil produzir as lágrimas e deixá-las escorrer sem sentir vergonha, botar aquela emoção pra fora sem medo do julgamento, mas depois das três primeiras vezes fica algo tão natural que passa a ser gostoso, as vezes necessário. Chorar é terapêutico, te coloca no eixo, te traz um alívio que nenhum outro verbo, nenhuma ação te proporciona. Chorar te torna mais humano em um mundo cada vez mais tecnológico, individualista e que banaliza tudo. Será que um dia o choro se tornará algo banal? Ah que o Universo não permita isso. Não mesmo.

Já que música é meu vício, deixo pra vocês uma canção que sempre me tira lágrimas dos olhos e que me leva a um estado cujo qual me dá doses de vibrações que só acordes, melodias e palavras de verdadeiros humanos podem me conduzir pra caminhar no rumo certo, com simplicidade e equilíbrio.


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sentir, alcançar, viver.

Boa noite. Boa semana. Bom mês.

Boas energias sempre são bem-vindas. Lição aprendida com um de meus 'gurus' musicais, o grande John fuckin´ Lennon. E antes que me perguntem: eu não tenho meu beatle favorito, pois cada hora eu simpatizo mais com um deles... tá, menos com o Ringo, que apesar de ser um excelente baterista, não considero um artista genial como os outros três.

Muitos consideram o John um cara arrogante, metido, sabichão etc, e não vou dizer que o considero um santo, mas imagina que saco era ser perseguido a todo momento e ter que lidar com cada pergunta babaca todo dia de sua vida? No mínimo, você daria respostas atravessadas uma vez ao dia pra aliviar o estresse, não é mesmo?

Acho muito bacana o sujeito buscar a paz interior, fazer o bem ao próximo, procurar ter atitudes humanitárias - bom, cada um entende essas atitudes como preferir -, distribuir sorrisos e gestos agradáveis, porém desde que todos tenham bom senso pra recebê-los e, obviamente, dá-los em troca. Já ouvi um monte de gente dizer 'nossa, como o John era casado com uma mulher feia com a Yoko Ono? Ele podia ter qualquer mulher e bla bla bla'. Alguém que pensa assim, acha mesmo que pode julgá-lo? Será que esse alguém já amou de verdade um outro alguém? E se disser 'ah mas eu amava fulana porque ela era linda'. Meu querido, isso NÃO é amor.

Quando você ama alguém, você simplesmente gosta da pessoa pelo que ela é, não pelo que ela poderia ser. Amor é uma parada que não se explica, se sente. Então, procurem senti-lo mais nas coisas simples da vida que, talvez, entendam melhor a cabeça de alguém 'arrogante' e de 'mal gosto' como o John.

Graças a Deus, eu já senti amor por muitas pessoas em minha vida, seja ele fraterno, sexual, materno... aliás, se eu não gosto de rotular música, por que rotular o amor? Cada um que ame como se sentir melhor, desde que seja verdadeiro. Ame a pessoa que senta a seu lado no ônibus, ame o passarinho que para em cima do muro de sua casa, ame um estabelecimento construído pelos homens, seja recente ou de séculos atrás, ame a natureza... AME.

Por mais simples e direta que seja, essa canção diz tudo que precisamos pra estarmos sempre no caminho certo:



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Religião = música

A relação do ser humano com as artes em toda sua existência é algo que, por mais que se tente explicar, foge de uma explicação racional, pois cada indivíduo tem uma relação única com elas: uns as apreciam, mas só as assistem; outros gostam de umas, porém não se interessam por todas as artes; há aqueles que respiram artes 24 horas por dia e sempre buscam inspiração/motivação nelas (eu!); e existem pessoas que simplesmente não veem funcionalidade alguma nelas (sério, não consigo conceber isso em minha mente, mas temos que respeitar as diferenças se queremos ser respeitados, não é mesmo?).

Eu amo cinema, teatro, fotografia, pintura, aprecio dança - apesar de ser uma negação para tal -, mas o que sempre me marcou e, com certeza, vai me acompanhar todos os dias de minha vida é a música. Tirando aqueles momentos de 'meditação', onde precisamos mesmo ficar em silêncio para fazer aquela autoanálise e colocar as ideias em ordem, ou até buscar respostas, não existem outras situações onde não veja um lugar para a música estar. Gosto de ouvir música pra acordar, pra escovar os dentes, pra fazer minhas necessidades fisiológicas - não preciso entrar em detalhes! -, pra tomar banho, comer, estudar, trabalhar, dirigir, conversar, namorar, fazer exercício... tá, vocês entenderam aonde quero chegar.

Falei tudo isso, pois essa semana, após anos tentando descobrir o nome de uma canção que amava ouvir quando criança e nunca conseguia descobrir de quem era, tive um momento de inspiração divina (pra mim foi, pois por que não senti isso antes?) no qual me veio a possibilidade da tal canção ser de uma banda chamada The The - para quem não conhece, teve dois grandes sucessos no Brasil: This Is The Day e Uncertain Smile, e fiquei procurando outras canções dessa banda pra ver se encontrava a dita cuja. Cheguei a ouvir discos inteiros e nada. Porém, quando já estava ficando desiludido novamente (pois é, depois de tanto tempo com essa neura e achar que estava tão perto, fiquei realmente chateado), olhei para o cantinho direito na página do Youtube, afinal ele é uma mãe essas horas, e estava a sugestão de um vídeo da banda The Church, a qual só me recordava da música Under The Milk Way, e pensei 'poxa a voz do rapaz do The Church parece com a voz do moço do The The e, por consequência, daquela música!

Parece brincadeira, mas quando vi entre as opções uma tal de Metropolis, pensei que só poderia ser ela, pois tinha a leve impressão que ele falava essa palavra no refrão e meu coração disparou quando cliquei no link e fiquei aguardando aqueles segundos pra começar a rolar o vídeo. Sim, pessoal, era a tão sonhada música que me fazia viajar pelo tempo tão facilmente e me sentir aquele menino sem preocupações que só queria brincar ao som de alguma rádio da época!

Sinceramente, não curto muito esse lance de endeusar demais os artistas, nem 'pregar' que música tem que ser vista como algo necessário pra todos, mas pra mim é sim uma parada religiosa, pois é nela que encontro forças pra continuar lutando pelos meus sonhos, pra amar cada dia mais a vida e as pessoas e é através dela que sinto Deus falando comigo quando preciso de uma luz ou mesmo de um conforto. Repito: respeito quem não a enxerga dessa maneira, que acha que é apenas 'um som'. Mas que eu nunca seja proibido de ouvi-la, pois sem oxigênio e música (bom, comida também, pois comer é bom demais!)... eu prefiro morrer...

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Um belo café da manhã.

Mais de um mês se passou desde que escrevi pela última vez aqui, mas graças a Deus estou vivo!
Apesar de gostar muito de escrever sobre música/memórias, creio que a falta de tempo seja por um bom motivo, não é mesmo?

Bom, ainda na minha infância - prometo chegar a minha pré-adolescência logo mais - há uma banda bem significativa na trilha sonora de minha vida: o Supertramp.

Acredito que poucas pessoas gostem, ou pelo menos parem pra prestar atenção, nas canções desse conjunto musical - só pra ser da hora - quando crianças. Mas eu sempre achei um barato o fato das músicas serem guiadas pelo teclado muitas vezes 'divertidinho' e ainda por cima com aquela voz bem aguda que surgia em alguns momentos das músicas (me refiro ao grande Roger Hodgson que deixou a banda em 1983 pra seguir carreira solo). Aliás, acredito que muita gente não enxergue o Supertramp como uma banda de rock progressivo. Claro que tem grandes canções radiofônicas e esses meninos o fazem bem demais, mas recomendo que ouçam discos, principalmente o Crime Of The Century que é uma verdadeira obra-prima com oito faixas magníficas, e verão que eles não faziam feio mesmo em comparação com os outros grandes nomes do progressivo da época.

Não tem jeito, quando seus pais ouvem muito algo quando você é pequeno, só tem duas chances: ou você adora ou não aguenta ouvir! No meu caso, diria que 90% eu adorava! A diferença é que meus pais se contentavam com coletâneas, no máximo com algum álbum mais clássico ou ao vivo, já eu só sossego quando ouço toda a discografia. E lhes digo uma coisa: vou morrer ouvindo discos, pois minha curiosidade pra música nunca chega ao fim. Nunca.

Enfim (sempre que não tenho muito o que dizer, acabo dizendo 'enfim'), vou deixar um som clássico da banda de 1979 do álbum homônimo e desejar uma boa noite a todos. That´s all, folks!

sábado, 18 de maio de 2013

Amor.

Depois de um longo mês onde muito ocorreu em minha vida, precisava voltar pra cá pra continuar minha saga de minhas mais longínquas memórias musicais. Aliás, não sei se o caminho de meu blog sempre será esse, mas por enquanto está gostoso/prazeroso revisitar minha infância como se fosse um outro alguém - o que não deixa de ser, afinal mudamos a cada dia, a cada minuto, logo não sou mais nem de longe aquele menino dos anos 80... apesar de ele ainda habitar minha essência.

Tem um cara que é praticamente sinônimo de música que sempre fez parte de minha audição: Bob Marley.
Nunca fui fã dele e não posso dizer que sou fã dele hoje. Porém, negar a singularidade dele, não só como compositor, mas como artista e até mesmo como 'entidade' é impossível!

Além de ele ser unânime em seu gênero, o reggae, o cara tem seguidores de todas as vertentes, estilos e personalidades conhecidas. São muitos clássicos que ele já deu pra humanidade, além de todas as atitudes honrosas que sempre fez em pró de uma sociedade mais harmoniosa e humana, no sentido mais genuíno da palavra. Se tornou um verdadeiro Patrimônio (sim, com P maiúsculo mesmo!) cultural mundial.

Como acho meio piegas ficar exaltando o óbvio, apesar de nem todos terem a mesma visão, ele é tão fantástico porque sempre transbordou amor em suas melodias e letras. Portanto, sabia o que as pessoas precisavam... e como elas precisavam ser tocadas.

Deixo aí um som que me dá uma energia maravilhosa e motivação pra seguir em frente, talvez até um sentimento de esperança que é sempre revitalizador. Sun Is Shining de 1971 do disco Soul Revolution. Paz, pessoal. Paz.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Nem todo excesso é ruim.

Apesar de, hoje em dia, eu gostar de diversos gêneros musicais - e sempre buscar artistas que me surpreendam de alguma forma -, não tenho como negar que meus primeiros contatos musicais foram com o pop/rock. E creio que dê para perceber isso olhando para boa parte do que já postei aqui.

E uma daquelas bandas que tem várias músicas marcantes, desde aqueles sons altamente dançantes até baladas introspectivas, é o INXS.

Esse grupo australiano tem um estilo tão peculiar de compor e executar suas composições que sempre me chamou atenção mesmo quando ainda não sabia que o nome da banda era uma sigla, apesar de se pronunciar 'in excess'.

Mas a história minha com essa banda é o fato de um de seus maiores sucessos, By My Side, ser creditado pela minha pessoa ao Elton John!

Pois é, eu tinha certeza quando era criança que esse som era do Eltão. Aquele vocal doce e que explodia no refrão, introdução com piano e tudo mais... de quem mais seria tal clássico?

Lembro que só fui descobrir que era do INXS quando já assistia MTV freneticamente em meados de 1997 e um belo dia passou o videoclipe da música no programa Hits, na época apresentado pelo grande Gastão Moreira - que namorava a MINHA Sabrina... mas eu já superei isso - e que me deixou perplexo quando vi um cabeludo cantando aquela balada que era (só que não) do Elton John!

Enfim, eu sou fã do Elton John e uma hora terei de postar algo dele aqui, mas o INXS depois desse 'fato' só subiu mais no meu conceito e a voz de Michael Hutchence sempre vai me emocionar. Seja com suas interpretações melancólicas, quanto com as sensuais. E vamos combinar, o cara era muito sexy!

Vou deixá-los com um som que adoro, mas que não está entre os sucessos mais badalados da banda de um disco nem tão badalado chamado Welcome To Where You Are de 1992.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Você também?

Uma soma de falta de tempo e preguiça me deixaram um tempo afastado daqui, mas juro que não vou abandoná-lo tão cedo!

Já aconteceu com vocês também de ter aquela banda ou artista que, no fundo, você sabe que gosta, que tem canções marcantes em sua vida, mas por algum motivo desconhecido, talvez puro preconceito ou birra, você não quer admitir que curte?

Bom, vou me confessar perante todos: sempre tive isso com o U2. Um banda que tem diversas músicas que me remetem a momentos, pessoas ou lugares que passaram pela minha trajetória, porém quando me perguntavam "você gosta de U2?", eu respondia sem pestanejar "não..."

Agora por que isso? Não sei. A única lembrança real que tenho foi quando a MTV transmitiu o show que a banda fez em 1998 no Brasil da famigerada turnê Popmart e eu achei o show um saco. Só que analisando a carreira do quarteto, detecta-se fácil que esse foi o álbum mais fraco de todos, apesar de ter algumas boas faixas, como Last Night On Earth - uma de minhas favoritas da banda, aliás.

Indo para a parte que tive de aceitar que U2 é sim uma banda fantástica e deve ser muito respeitada é que os músicos isoladamente não são virtuoses, digamos assim, porém com o pouco sabem, tocam como ninguém. A cozinha aparentemente faz o feijão com arroz, mas que deixam o prato na medida pra mistura (no caso, guitarra e voz) variar a cada disco de forma que o cardápio parece nunca enjoar!

Bono Vox é um sujeito boa praça, muitos não gostam dele por sempre se mostrar um cara bonzinho, mas eu nem me importo com isso quando vou avaliar o som. E eu acho que ele é um grande intérprete, tem uma extensão vocal ótima e sabe usá-la, alternando muito tons graves e agudos.

Mas eu pago pau mesmo é para o guitarrista The Edge. Ele é o que chamo de 'alquimista da música', pois ele é daqueles que se preocupa mesmo em explorar o maior número de possibilidades de timbres que seu instrumento pode ter. E não precisa nem ouvir muitos discos pra perceber isso. Em um álbum você nota que ele usa um timbre específico para cada faixa, sempre com bom gosto e pertinente ao que a música transmite aos ouvintes.

Ah! Uma coisa que me marcou muito foi quando eu estava fazendo cursinho e ocorreu um festival de música realizado pelos estudantes e professores, naquele ano aconteceu na Via Funchal. Pois bem, eu nunca tinha ido pra lá e na época não era ainda adepto ao mundo da internet, logo eu não pesquisei no google maps como chegar no lugar. Sei que me perdi, mas por vontade do destino, encontrei uma pessoa que também ia pra lá e, apesar de ambos estarem desnorteados, conseguimos depois de um certo custo encontrar o tal local e foi muito gostoso quando adentrei finalmente a Via Funchal e a primeira música que ouço tocar por uma banda foi Pride (In The Name Of Love). O refrão é tão grandioso que é impossível não querer levantar as mãos pro alto e cantar com aquele sentimento de liberdade!

Nossa, me empolguei muito, então vou parar por aqui e postar logo um som que gosto demais e fui descobrir anos depois que era uma cover. A original é da Patti Smith e a versão do U2 faz parte da trilha sonora do filme Três Formas de Amar, de 1994 - nunca assisti.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Rock´n´roll meio non-sense

Essa coisa de cair fundo na obra de um artista é algo difícil de encontrar um motivo para tal, pois quantos artistas que eu 'conheço' desde sempre, mas só fui me interessar pelo trabalho depois de muitos anos?

Esse é o caso de Joãoluizinho, o Grande Lobo!

Um cara que a mídia sempre tentou apagar por sua personalidade autêntica e sua irreverência sem fronteiras, porém sempre conseguiu se superar e calar a boca de muita gente que prefere aquele rock felizinho e inocente dos anos 80 que imperava nas rádios, mas que não provocava atitude alguma em seu público. No máximo, de ficar dançando loucamente e beber até cair. Que rebeldia, não?

Eu lembro que quando era criança, ouvia músicas como Me Chama, Vida Louca Vida e Corações Psicodélicos e nunca fazia ligação que pudessem ser do mesmo autor. Mal sabia eu que justamente isso que eu tanto procuraria em bandas e artistas quando, de fato, me considerasse um viciado em música.

Esses artistas que cada hora lançam músicas e discos de estilos variados, correm o risco de lançar coisas fracas, até mesmo banais, porém se não fossem eles, como a música se reinventaria por toda sua história?

Fora que eu respeito quem ama um estilo e o entende como ninguém, mas não é meio limitante só ficar numa coisa a vida toda? Será mesmo que existe um estilo melhor que o outro? Eu sempre entendi que existem dois tipos de música: a boa e a ruim. E isso independente de data, afinal a arte que marca, que tem uma mensagem sincera, NUNCA vai se apagar. Ela vai passando de geração em geração e, felizmente, apagando os oportunistas que vão surgindo, achando que serão lembrados da mesma maneira que os pioneiros.

Comecei falando do Lobão e acabei indo pra um contexto maior, porém isso mostra o quanto eu admiro esse carioca que conseguiu compor rock, balada, samba, eletrônico... sem o menor problema de errar, mas sempre sendo ímpar em suas escolhas musicais e líricas.

Fiquei o texto todo pensando qual canção postar, então vou mandar uma que tem uma letra que a cada ouvida, me traz novas reflexões e espero que possam tê-las também. Essa é de 1989 de um disco chamado Sob o Sol de Parador que recomendo muito, pois tem faixas altamente subversivas, logo o representam muito bem.



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Mundo fantástico ou real?

Saindo um pouco de bandas e artistas com carreiras consolidadas e tudo mais, outras grandes lembranças musicais que tenho de minha infância são músicas tocadas em desenhos e seriados.

Acredito muito que elas foram as reais responsáveis por aguçarem tanto minha audição, pois apesar de serem compostas (teoricamente) para o público infanto-juvenil, elas eram muito trabalhadas tanto no aspecto harmônico como na enorme quantidade de arranjos colocados.

Sem forçar muito minha memória, lembro fácil dos temas de Muppet Babies, Jaspion, Jiraiya, Thundercats (aliás, esse tinha várias músicas bacanas!), Ducktails, Cavalo de Fogo... enfim, a ideia era ser sucinto!

Porém a que mais me marcou, era a tocada na abertura de O Fantástico Mundo de Bobby (Bobby´s World originalmente). Esse desenho foi um marco na minha vida, pois me identificava demais com o protagonista. Ele sempre estava 'viajando' numas paradas muito malucas, de fato vivia em um mundo paralelo e, dez em quando, voltava para o chamado mundo real.

Eu era uma criança extremamente 'viajante', pois qualquer situação já me imaginava no meio de uma baita aventura, onde eu mergulhava com tudo para sair e me safar daquilo tudo; ou mesmo interpretar tudo que as pessoas falavam ao pé da letra, assim como o Bobby fazia. Por exemplo, sempre quando alguém falava 'lágrimas de crocodilo', eu imaginava um crocodilo chorando muito porque brigou com um amiguinho dele, ou algo do tipo!

As vezes fico me perguntando se as pessoas que costumam usar drogas, bem lá no fundo, não tentam resgatar esse lado lúdico que fica escondido em algum lugar da mente e que a própria sociedade vai podando aos poucos para que a pessoa 'amadureça' sem ele, afinal onde já se viu um adulto ficar 'viajando' e não ter sempre os pés no chão?

Pois bem, deixo aí a abertura altamente psicodélica desse desenho genial que começou a figurar no Brasil em 1990 e espero que vocês viajem (agora sem aspas de propósito) muito nessa vida, pois são esses devaneios que nos trazem as grandes ideias para botarmos em prática:


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Uma simpatia quase demoníaca.

Carnaval se aproximando, ou seja, o ano - de fato - vai começar logo mais. Portanto, procurarei escrever aqui de forma mais assídua (mas nunca se sabe o dia de amanhã!). Bom, lá vou eu para minha infância novamente relembrar mais uma banda que sempre paguei um pau mesmo antes de aceitar o rock´n´roll pra valer em minha vida: os Rolling Stones.

É curioso olhar pro Mick Jagger e entender de forma racional porque a figura dele é tão cativante. Não que ele seja das pessoas mais bizarras do mundo, mas ao mesmo tempo ele não é nenhum galã, nem mesmo é o melhor cantor do gênero. Em contrapartida, ele tem um jeito tão único de cantar, uma performance tão dele e um jeito tão debochado de falar, de se vestir, de olhar e, principalmente, de ser. Imagino a surpresa dos conservadores nos anos 60 quando via tal sujeito em suas televisões recém-compradas que eram as grandes atrações daquela geração.

Fora o singular Keith Richards. Você olha ele tocando e pensa 'o que esse cara faz de tão especial?' e quando para pra analisar a carreira dos caras, se responde com 'como ele consegue compor tantos riffs simples e ao mesmo tempo poderosos e marcantes assim?'. Pois é, os virtuoses que me desculpem, mas ainda está pra nascer (eu espero! EU ESPERO!) um guitarrista tão criativo e com tanta intimidade com a guitarra como ele - aliás, o próprio já disse que ele dorme todos os dias com sua guitarra, como se fosse sua real amante. Acredito que a relação que ele tenha com a esposa seja a mesma que outros guitarristas têm com seus respectivos instrumentos: toca nela umas horinhas por dia e já tá bom!

Claro que pra fechar essa 'refeição sonora', é de suma importância citar o jeito simplório que Charles Watts leva sua bateria e os licks deliciosos de Ron Wood. Esse último também manda muito quando resolve mandar ver na slide guitar. E me sinto no dever de citar o nome de Brian Jones, membro-fundador dos Stones que faleceu com apenas 27 anos (sim, aquela idade tão peculiar na música) e que deixou um legado maravilhoso nos 12 primeiros discos que gravou com eles.

Bom, eu realmente tenho dificuldades pra optar por apenas uma canção que represente esses britânicos, assim como é impossível eu dizer qual é minha favorita, portanto vou postar duas (vou fugir um pouco a regra, mas é por um bom motivo), uma com o Brian e outra com o Ron, até pra fazer um comparativo nas distintas pegadas de ambos: Paint It Black de 1966 e Start Me Up de 1981.






domingo, 20 de janeiro de 2013

Grata surpresa.

Aproveitando o ensejo da volta de David Bowie a mídia com o lançamento de um novo single e logo mais um novo disco, vou falar um pouco desse artista com tantas canções que fizeram e fazem parte da trilha sonora de minha vida.

Há muitos artistas e bandas que me surpreenderam positivamente quando ia conhecendo melhor seus trabalhos e me deparava com 'aquela' música que eu já gostava há tempos, mas não ligava o nome a obra. Pois o camaleão do rock já passou por tantos estilos musicais (e visuais) que minhas surpresas em relação a ele foram várias. Entre elas: Starman, Heroes, Ziggy Stardust, The Man Who Sold The World e, principalmente, This Is Not America.

Faixa clássica na programação de rádios como Alpha FM e Antena 1, sempre amei o jeito que esse 'tal cantor' a interpretava, aqueles backing vocals conversando com a melodia principal e seu ritmo de fim de noite.

Engraçado que eu demorei pra aceitar que ela pertencia ao David Bowie, pois eu imaginava um cantor totalmente 'convencional' (não é bem isso, mas não encontrei outra palavra pro contexto) que era difícil aceitar a imagem dele - pensem nele no clipe de Ashes To Ashes, por exemplo - com essa 'música de consultório', ou easy listening, se preferir.

Uma peculiaridade dele que me atrai bastante é o fato de, apesar de nunca ter criado um gênero musical, ou algo inovador propriamente, ele consegue captar muito bem as tendências do momento e fazê-las a maneira dele. Seja fazendo rock´n´roll, soul, r&b, blues, jazz, funk etc, ele faz do ponto-de-vista dele, o que é algo genuinamente admirável.

Sem mais delongas, fiquem com a trilha sonora do filme 'A Traição do Falcão' (The Falcon and the Snowman) de 1985, uma parceria com a banda de jazz Pat Metheny Group:

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Roquenrou!

Resolvi iniciar esse ano com uma postagem falando do ritmo que realmente moldou minha personalidade e contribuiu diretamente para ser quem eu sou: o rock´n´roll.

Hoje em dia, eu tenho plena consciência do que esse estilo musical, aliás de vida, me proporcionou. Questionamentos, reflexões, autoconhecimento, crises existenciais... posso dizer sem sombra de dúvidas que ele sempre foi terapêutico pra mim. Mas não posso dizer que foi um facilitador social, pois sempre fui a ovelha negra em todos os meios que estive.

Minha geração, no geral, esteve perdida em relação a tendências e muitas vezes simplesmente seguia o que estava na moda. Passou o período do pagode, depois veio a música sertaneja, a axé music etc. Não que eu tenha problema com outros gêneros musicais, eu procuro ouvir de tudo mesmo. Porém eu detecto facilmente o que é verdadeiro, que tem alguma ideologia por trás do que é mero modismo e não passa de produtos pra entreter a grande massa.

Obviamente, que o rock´n´roll também passou a ser moda em determinados períodos e produziu grandes porcarias que prefiro não citar nomes. Agora é inegável que a parte boa do rock permaneceu viva e nunca parou de fazer novos fãs se apaixonarem por ele. Precisar o momento exato que passei por isso, eu não sei, mas quando fui 'envenenado' pelo rock, nunca mais fui curado!

Como a intenção desse blog é postar bandas e artistas que me marcaram desde criança, colocarei aqui um vídeo da Rita Lee, cantora a qual tem muitas canções que me fizeram a cabeça muito pequeno. E me abriu os olhos cedo pra entender que se pode fazer rock´n´roll genuinamente brasileiro sem precisar apelar pra um discurso barato com o único intuito de aparecer na mídia.

Esse vídeo é de 1979, quando ela se apresentou no Globo de Ouro, pouco tempo depois do lançamento do disco Mania de Você do mesmo ano: