segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Rock´n´roll meio non-sense

Essa coisa de cair fundo na obra de um artista é algo difícil de encontrar um motivo para tal, pois quantos artistas que eu 'conheço' desde sempre, mas só fui me interessar pelo trabalho depois de muitos anos?

Esse é o caso de Joãoluizinho, o Grande Lobo!

Um cara que a mídia sempre tentou apagar por sua personalidade autêntica e sua irreverência sem fronteiras, porém sempre conseguiu se superar e calar a boca de muita gente que prefere aquele rock felizinho e inocente dos anos 80 que imperava nas rádios, mas que não provocava atitude alguma em seu público. No máximo, de ficar dançando loucamente e beber até cair. Que rebeldia, não?

Eu lembro que quando era criança, ouvia músicas como Me Chama, Vida Louca Vida e Corações Psicodélicos e nunca fazia ligação que pudessem ser do mesmo autor. Mal sabia eu que justamente isso que eu tanto procuraria em bandas e artistas quando, de fato, me considerasse um viciado em música.

Esses artistas que cada hora lançam músicas e discos de estilos variados, correm o risco de lançar coisas fracas, até mesmo banais, porém se não fossem eles, como a música se reinventaria por toda sua história?

Fora que eu respeito quem ama um estilo e o entende como ninguém, mas não é meio limitante só ficar numa coisa a vida toda? Será mesmo que existe um estilo melhor que o outro? Eu sempre entendi que existem dois tipos de música: a boa e a ruim. E isso independente de data, afinal a arte que marca, que tem uma mensagem sincera, NUNCA vai se apagar. Ela vai passando de geração em geração e, felizmente, apagando os oportunistas que vão surgindo, achando que serão lembrados da mesma maneira que os pioneiros.

Comecei falando do Lobão e acabei indo pra um contexto maior, porém isso mostra o quanto eu admiro esse carioca que conseguiu compor rock, balada, samba, eletrônico... sem o menor problema de errar, mas sempre sendo ímpar em suas escolhas musicais e líricas.

Fiquei o texto todo pensando qual canção postar, então vou mandar uma que tem uma letra que a cada ouvida, me traz novas reflexões e espero que possam tê-las também. Essa é de 1989 de um disco chamado Sob o Sol de Parador que recomendo muito, pois tem faixas altamente subversivas, logo o representam muito bem.



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Mundo fantástico ou real?

Saindo um pouco de bandas e artistas com carreiras consolidadas e tudo mais, outras grandes lembranças musicais que tenho de minha infância são músicas tocadas em desenhos e seriados.

Acredito muito que elas foram as reais responsáveis por aguçarem tanto minha audição, pois apesar de serem compostas (teoricamente) para o público infanto-juvenil, elas eram muito trabalhadas tanto no aspecto harmônico como na enorme quantidade de arranjos colocados.

Sem forçar muito minha memória, lembro fácil dos temas de Muppet Babies, Jaspion, Jiraiya, Thundercats (aliás, esse tinha várias músicas bacanas!), Ducktails, Cavalo de Fogo... enfim, a ideia era ser sucinto!

Porém a que mais me marcou, era a tocada na abertura de O Fantástico Mundo de Bobby (Bobby´s World originalmente). Esse desenho foi um marco na minha vida, pois me identificava demais com o protagonista. Ele sempre estava 'viajando' numas paradas muito malucas, de fato vivia em um mundo paralelo e, dez em quando, voltava para o chamado mundo real.

Eu era uma criança extremamente 'viajante', pois qualquer situação já me imaginava no meio de uma baita aventura, onde eu mergulhava com tudo para sair e me safar daquilo tudo; ou mesmo interpretar tudo que as pessoas falavam ao pé da letra, assim como o Bobby fazia. Por exemplo, sempre quando alguém falava 'lágrimas de crocodilo', eu imaginava um crocodilo chorando muito porque brigou com um amiguinho dele, ou algo do tipo!

As vezes fico me perguntando se as pessoas que costumam usar drogas, bem lá no fundo, não tentam resgatar esse lado lúdico que fica escondido em algum lugar da mente e que a própria sociedade vai podando aos poucos para que a pessoa 'amadureça' sem ele, afinal onde já se viu um adulto ficar 'viajando' e não ter sempre os pés no chão?

Pois bem, deixo aí a abertura altamente psicodélica desse desenho genial que começou a figurar no Brasil em 1990 e espero que vocês viajem (agora sem aspas de propósito) muito nessa vida, pois são esses devaneios que nos trazem as grandes ideias para botarmos em prática:


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Uma simpatia quase demoníaca.

Carnaval se aproximando, ou seja, o ano - de fato - vai começar logo mais. Portanto, procurarei escrever aqui de forma mais assídua (mas nunca se sabe o dia de amanhã!). Bom, lá vou eu para minha infância novamente relembrar mais uma banda que sempre paguei um pau mesmo antes de aceitar o rock´n´roll pra valer em minha vida: os Rolling Stones.

É curioso olhar pro Mick Jagger e entender de forma racional porque a figura dele é tão cativante. Não que ele seja das pessoas mais bizarras do mundo, mas ao mesmo tempo ele não é nenhum galã, nem mesmo é o melhor cantor do gênero. Em contrapartida, ele tem um jeito tão único de cantar, uma performance tão dele e um jeito tão debochado de falar, de se vestir, de olhar e, principalmente, de ser. Imagino a surpresa dos conservadores nos anos 60 quando via tal sujeito em suas televisões recém-compradas que eram as grandes atrações daquela geração.

Fora o singular Keith Richards. Você olha ele tocando e pensa 'o que esse cara faz de tão especial?' e quando para pra analisar a carreira dos caras, se responde com 'como ele consegue compor tantos riffs simples e ao mesmo tempo poderosos e marcantes assim?'. Pois é, os virtuoses que me desculpem, mas ainda está pra nascer (eu espero! EU ESPERO!) um guitarrista tão criativo e com tanta intimidade com a guitarra como ele - aliás, o próprio já disse que ele dorme todos os dias com sua guitarra, como se fosse sua real amante. Acredito que a relação que ele tenha com a esposa seja a mesma que outros guitarristas têm com seus respectivos instrumentos: toca nela umas horinhas por dia e já tá bom!

Claro que pra fechar essa 'refeição sonora', é de suma importância citar o jeito simplório que Charles Watts leva sua bateria e os licks deliciosos de Ron Wood. Esse último também manda muito quando resolve mandar ver na slide guitar. E me sinto no dever de citar o nome de Brian Jones, membro-fundador dos Stones que faleceu com apenas 27 anos (sim, aquela idade tão peculiar na música) e que deixou um legado maravilhoso nos 12 primeiros discos que gravou com eles.

Bom, eu realmente tenho dificuldades pra optar por apenas uma canção que represente esses britânicos, assim como é impossível eu dizer qual é minha favorita, portanto vou postar duas (vou fugir um pouco a regra, mas é por um bom motivo), uma com o Brian e outra com o Ron, até pra fazer um comparativo nas distintas pegadas de ambos: Paint It Black de 1966 e Start Me Up de 1981.