terça-feira, 12 de agosto de 2014

Choro compulsivo, riso histérico.

“Ouvi uma piada uma vez: Um homem vai ao médico, diz que está deprimido. Diz que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto.
O médico diz: “O tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade, assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo.”
O homem se desfaz em lágrimas. E diz: “Mas, doutor… Eu sou o Pagliacci.”

Fiquei um tempo sem escrever por falta de inspiração/motivação. Porém, ontem tive uma discussão - não disse briga, por favor - com minha mãe sobre a questão do suicídio. Começou por conta da morte do grande ator Robin Williams, seu envolvimento com drogas e o fato de ele ter "tudo" na vida e mesmo assim não ser feliz. O que culmina no texto que coloquei no início em relação a pessoas que fazem humor, mas são tristes.

Considero extremamente intrigante o fato de o riso e o choro não serem antagônicos, na realidade, eles caminham de mãos dadas em muitas ocasiões da vida - não só quando 'choramos de tanto rir' -, pois muitas vezes estamos rindo pra aliviar uma dor, ou choramos pra expressar uma alegria. É aí que quero chegar: não podemos julgar o que os outros sentem, o que os outros pensam... só quem está na pele, sabe o que significa aquele sentimento, aquele pensamento, aquela vontade, aquele impulso. Pra mim, é muita prepotência dizer frases como "ah ele fez isso porque era fraco", "esse aí não tem Deus no coração", "é um egoísta que não liga pra ninguém" e tantas e tantas outras que sempre ouço em ocasiões como a que ocorreu com o humorista Fausto Fanti recentemente.

Lógico, eu fico muito triste quando uma pessoa se vai de uma maneira tão trágica. Por muitas vezes reflito sobre a vida de Kurt Cobain, um grande ídolo meu: o cara por anos convivia com uma dor insuportável de estômago que remédio nenhum aliviava, apenas quando usava heroína é que a dor sumia. Poxa, dá pra apontar o dedo na cara dum sujeito assim e chamá-lo de drogado, de inconsequente e bla bla bla? Pera aí, isso é bem diferente do cara que usa entorpecentes pra se divertir, pra fugir da sobriedade por muitas vezes entediante. O cara tinha uma DOR incurável. Como faz? Aí não tem tarja preta que resolva, indústria farmacêutica. Nem tratamento psiquiátrico.

Enfim, gostaria de deixar a reflexão no ar, já que julgamentos são sempre delicados e, quando são de vidas alheias, mais ainda de pessoas que você NÃO conhece - falar de amigos, familiares, talvez seja mais palpável. Muita gente acha que é íntimo de seus ídolos por ler entrevistas, biografias etc. Não dá, né?

Apesar de não ter se matado, vou deixar o som do guitarrista mais revolucionário que esse planeta já teve notícia - sabe-se lá se em outras galáxias não existem guitarristas de outro planeta? (sacaram? han?). Beijos na alma.

2 comentários:

  1. Passou o tempo, a cor da fonte mudou, quase não consegui ler (rs)... e adorei. Você vê e sente as coisas de um jeito lúcido, sincero, solidário e... bonito. Beijos na alma também! <3

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  2. A cor da fonte mudou sem minha vontade. Esse blog tá criando vida própria!
    Lucidez? Talvez. Sinceridade? Aqui sempre. Solidariedade? Faço o possível. Beleza? São seus olhos.
    Beijos, sua doce louca!

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